sábado, 22 de setembro de 2012

Os problemas que assolam o Caju

Chegou a hora de mudar e colocar a boca no trombone!!!! Juntos vamos conseguir fazer o nosso bairro deixar de ser "terra de ninguém" e essa "mina de ouro" que ele se tornou para todos os corruptos. 


Por Ricardo Costa Souza 

Estudante de Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense e morador do bairro do Caju.




Desde que me entendo por gente esse bairro sempre foi estigmatizado. É provável que essa aura funesta, sombria e cinzenta seja por causa de um gigantesco complexo de 4 cemiterios, diz-se. Mas, veja, os mortos não nos fazem mal, nesse descanso eterno até eles devem se perguntar por que esse bairro é tão rejeitado. Respondendo ao defunto, esse bairro é rejeitado por causa de uma criminosa, insidiosa, covarde e nojenta ação perpetrada pelo governo do estado, junto a uma quadrilha de megaespeculadores que querem transformar a zona portuária do Rio num cartão postal. O urbanista Pereira Passos deve estar se revirando em seu caixão nesse momento porque descobriu alguém mais megalomaníaco que ele. Em uma jogada de mestre Eduardo Paes reúne sua quadrilha, ávida por apostas no maior cassino a céu aberto do mundo, o Porto Maravilha, e vê a chance de expulsar milhares de famílias pra bem longe. Que maneira triste e perversa desta população ser lembrada. Ah, sim, é claro que não se esqueceram do Caju. O bairro está prestes a ganhar os títulos de bairro-dormitório e bairro-garagem. Meu amigo defunto lamenta a perda do título de bairro-cemitério. Agradeça a Deus, digo-lhe, porque nesse dormitório nem Eike, nem Eduardo, nem ninguém quer se meter. Mas a querela de nós vivos não é essa. Nossos melhores anos - que saudade - foram vividos com a colônia de pesca e a indústria naval a pleno vapor, com o Arsenal de Guerra do Rio produzindo brocas de perfuração para Petrobrás e peças de guerra em geral. Foi-se a belle époque, vieram os dias de abandono, de esquecimento e de mentiras. Hoje o bairro está sem seus hospitais, os estaleiros navais viraram meras oficinas, o arsenal está com a maioria do seu maquinário parado e a colônia de pesca, a primeira do Rio, está morta. A situação ficará pior quando chegar um viaduto que vai ligar a ponte Rio-Niteroi à linha vermelha. Bem, o atual prefeito diz q "a culpa é nossa por morarmos mal", a gente tenta mostrar a esse imbecil que existem N soluções  e, uma delas, é ressuscitar a av. Rio de Janeiro que hoje está sendo usada como área privativa do porto. AH AH, AH!!! Só pode ser piada! Para apimentar a piada, prefeitura e porto fizeram um pacto: o primeiro dando carta branca para as carretas fazerem o quiserem dentro do bairro, até matar, inclusive. O segundo pagando por este salvo conduto. A ignomínia se alastra de várias outras formas no bairro, mas não quero mais me ater a elas. Também não quero me resignar ao sistema. Não quero mais do mesmo! Quando decidi lutar pela mudança, sabia que estava apostando nesse mesmo cassino, mas com uma grande diferença: quero ser o pior espírito-de-porco, o estraga prazer desse festim diabólico, quero ser o cara a quebrar a banca e as regras covardes e destrutivas  do pérfido ideal de "quem tem é quem pode". Quando decidi optar pelo Freixo pra prefeito do Rio, eu optei por exterminar todas pragas que se instalaram no sistema, desde um bairro até o Palacio do Planalto.




Um comentário:

  1. É lamentável o estado em que se encontra este bairro. Moro aqui somente a dez anos e tudo que vi foi a deterioração do lugar.Quando passo por outros bairros, vejo as mudanças que aconteceram neste período mas aqui o tempo parece correr para trás onde tudo só tende a piorar.
    Vamos acordar, população!!!

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