sábado, 27 de outubro de 2012

GRITO DOS EXCLUÍDOS - 7 DE SETEMBRO DE 2012



      Grito dos Excluídos no desfile de Independência no dia 7 de Setembro de 2012 na Av. Presidente Vargas . Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Fotos e Vídeo: Aneci

Por Myllena da Silva Cunha
Estudante de Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense


                 Neste último dia 7 de Setembro de 2012 na Av. Presidente Vargas acontece o tradicional desfile das forças armadas do Rio de Janeiro em comemoração a "Independência" do Brasil. Colocamos  com aspas pois temos de pensar em que independência é esta proclamada pelo Imperador D. Pedro II. É uma pena nossa história ser marcada pela independência ter sido declarada pelo imperador.
                    Mas o post de hoje é falando do enterro simbólico em que eu, Myllena Cunha, Richard Martin, Ricardo Costa e Iago Silva Silva fizemos do nosso bairro do Caju - que já está morto a muito tempo pelas fumaças e carretas do Porto.
                    O nosso protesto também se constrói a crítica ao nosso querido e reeleito prefeito Eduardo Paes ao deixar o Caju de fora do Porto Maravilha. Além de estarmos de fora do Projeto Porto Maravilha, várias foram as atitudes contra as pessoas do nosso bairro. Primeiro, o prefeito fechou o antigo posto S.O.S e abriu uma Clínica da Família que funcionou por muitos anos na quadra fechada em frente a comunidade Ladeira dos Funcionários (Rua Carlos Seidl, n 1281). Além de quase não ter médicos, esta clínica não atende à demanda da nossa população que somos MAIS de 20 MIL HABITANTES segundo o censo do IBGE de 2010. Esta clínica teve uma história em particular pois trocou de OS umas três vezes e os funcionários mal são pagos. Agora ela funciona nas instalações do antigo Hospital Anchieta, que era referencia no tratamento a ortopedia. Várias são as queixas dos moradores sobre o nojo que os médicos têm com os pacientes deixando a consulta a cargo das enfermeiras.
                    As remoções na comunidade conhecida como Chatuba para construir o maravilhoso viaduto que ligará o Linha Vermelha à Ponte Rio-Niterói e o fechamento do Museu da Limpeza Urbana - Casa de Banhos de D. João VI.
                     O grito dos excluídos é um ato NACIONAL praticando à 18 anos por todo o Brasil. Possui organização de articulação  Nacional. É formado pelos movimentos sociais, sindicatos e todas as esferas da população que são postas às margens da sociedade. Possui também um jornal com publicações regulares durante todo o ano com notícias sobre os movimentos sociais e com denuncias para a população.
                    Lá estávamos nós, juntos de associação sindicais, associações de mulheres, homossexuais, os desabrigados das chuvas e movimentos sociais de todas as comunidades do Rio de Janeiro. O Grito dos Excluídos foi nossa oportunidade de "gritar" para todos como nosso bairro vem se assolando durantes todos esses anos de abandono pelas políticas públicas. Como nós estamos excluídos dos projetos Porto Maravilha e Porto do Século XXI. O Caju somente é citado por esses projetos no que tange ao aumento da baía do Porto, em aumento do tráfego de carretas, em local para haver desvio de carretas da Av. Rodrigues Alves e para receber um maravilhoso viaduto.






                        Este evento foi nosso marco de iniciação às nossas atividades de mobilização em prol do nosso bairro. Porém, nada poderá ser feito se estivermos sozinhos. “Quando falamos todos juntos, nosso grito fica mais forte”, por isso queremos todo o bairro junto conosco. GRITE VOCÊ TAMBÉM! JUNTEM-SE A NÓS!!!






              Mudando de assunto mas em compensação nem tão longe assim, deixo aqui um vídeo da banda El Efecto - Encontro de Lampião com Eike Batista. Não está particularmente relacionado ao Caju, mas é relacionado ao dono de uma das empresas que aqui habitam.
 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O amanhã

“Lá em casa tem um poço, mas a água é muito limpa” (Legião Urbana, Há Tempos)

Por Richard Martin Souza

              Depois de retirar a película de poeira que encobre o bairro, é possível enxergar a verdadeira imundície que ainda espera para ser varrida. Todos nós sabemos: todos nós temos o desejo íntimo, um desejo latente, adormecido, mas desiludido, de viver em condições melhores. Desejo de viver em um paraíso! Entretanto, quanto mais se tenta limpar esse poço, mais parece que a água insiste em se manter suja!
              É assim que começa o amanhã. Ainda há muitas lutas a serem travadas e quanto mais se avançar, mais difícil será enfrentar o inimigo. Ou melhor, os inimigos. Há tantos inimigos quanto podemos imaginar. Os mais conhecidos são os que estão no alto, no poder, controlando nossas vidas como marionetes. Mas eu digo pra você, que ainda não sabe, que o inimigo mais forte de todos é aquele que duela dentro de nossas mentes! Em todos os dias de luta, tal inimigo vem nos assolar com suas inspirações negativas, nos dizendo para não fazermos nada e continuarmos esperando as coisas caírem do céu, nos fazendo sentir medo da mudança, e, por fim, nos dizendo que a luta é inútil e não trará frutos. É ele a quem precisamos combater com todas as forças! Afinal, sendo ele vencido, o resto se torna fácil, pois não há força maior do que a das pessoas unidas, destemidas e ativas em prol de um objetivo comum! Embora pareça simples, a dificuldade é tamanha... talvez nunca vençamos esse inimigo interior. Na verdade, é provável que precisemos duelar com ele durante todos os dias que nos restam. E, quanto mais estivermos próximos da mudança, mais ele vai tentar nos fazer recuar e temer o futuro! É preciso reagir energicamente a isso!
              É essa, a principal luta que começaremos a travar nesse amanhã que já se levantou sobre o horizonte. Todos temos objetivos em comum, que é a melhora da qualidade de vida! Neste momento, é preciso esquecer qualquer amargura para favorecermos a união pelo do progresso! Sem a força conjunta, os esforços individuais serão apagados, um após o outro, pois o inimigo do alto tem esse poder. Ainda existem conflitos politicamente polarizados no bairro que precisam ser esquecidos ou perdoados, pois todos nós sustentamos o mesmo desejo íntimo! Se todos nós seguirmos o fluxo desse desejo, a lenda da mudança poderá se tornar uma verdade e essa água cristalina não será mais um medo, mas sim o nosso agradável paraíso aqui na Terra.


Se você ama o Caju ou, ainda, se você deseja ver o bem-estar das pessoas, trabalhe para que mais e mais gente compartilhe esse sentimento contigo de forma ativa! Traga a política e a cidadania de volta aos lugares de onde nunca deveriam ter saído: a conversa cotidiana. Mas sem agressões, apenas com o amor sob Vontade. Dessa forma, poderemos esperar algo diferente vindo depois do amanhã.