quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Assembléia Contra as Remoções no Caju

      No último dia 6 (domingo) ocorreu na Praça do Campinho - Rua do Canal - na favela da Chatuba, No Caju, a primeira assembléia dos moradores com o movimento Favela Não se Cala. A reunião que ocorreu na parte da manhã, contou com a presença de vários moradores das favelas do Caju, do MPL - Movimento Passe Livre, integrantes do Favela Não se Cala e moradores de outras favelas do Rio de Janeiro.

       Durante a assembléia, foram expostos alguns problemas gerais que estão acontecendo em todas as favelas do Rio de Janeiro por conta dos Mega-Eventos. Processos de remoções forçadas; Instalações de UPP's; Construção de viadutos; encarecimento da vida nas favelas e a elitização dos eventos nas favelas, são problemas comuns que as favelas do Caju começam a enfrentar - além dos problemas antigos como o fechamento de hospitais e escolas; a péssima Clínica da Família; o grande número de carretas e os estacionamentos irregulares; Usinas de Asfalto, Cimento e Cal; falta de semáforos e a falta de uma vida cultural no bairro.
       Além da exposição dos impactos causados pelas obras do projeto Porto do Século XXI, descritos no relatório final da FIRJAN, feito para o Governo Estadual, o problema das remoções das casas para a construção do viaduto que ligará a Linha Vermelha a Ponte Rio-Niterói. Outra questão que está deixando os moradores aflitos é a Prefeitura ter proibido os catadores de lixo de trabalharem no  lixão da Comlurb, no bairro.
       Como relatado por uma moradora, a atividade era o que os moradores utilizavam para sobreviver.  Agora, muitas famílias estão em estado de fome, passando necessidade e sem ajuda alguma do governo.
       Os moradores não estão recebendo ajuda alguma além dos seus familiares e amigos. Relataram que às vezes recebem visitas de pessoas que se dizem trabalhar em ONGs e realizam pesquisas. Anotam o número de seus documentos e dados pessoais, porém, até hoje nada foi feito.
       Além dos boatos espalhados pela comunidade das futuras remoções, alguns moradores relataram que, a alguns anos, receberam uma visita de funcionário de empresa terceirizada que mediu alguns imóveis. Segundo este funcionário, os moradores receberiam apenas a indenização de acordo com o m² (metro quadrado) da casa, não levando em conta o estado que a casa se encontra e os investimentos feitos pelos moradores.
Moradora relata os problemas vividos pelos catadores de lixo.
        A união e organização dos moradores é fundamental neste tipo de luta contra as remoções forçadas. Não importa se o morador tem ou não a escritura da casa, se paga luz ou água na mesma. As pessoas que construiram suas casas com suas próprias mãos, que realizam obras e acabamentos, são as verdadeiras donas das casas. As remoções forçadas, segundo o Estatuto das Cidades, É ILEGAL! Mesmo com o argumento de que nossas casas não são nossas, de que são ocupações ilegais, ninguém tem o direito de nos retirar de nossos lares.
         Lembramos na reunião que qualquer pessoa, presidente de Associação de Moradores, funcionário da prefeitura, Vereador, Deputado Estadual ou qualquer pessoa que trabalhe para político, NÃO PODE CANCELAR O BENEFÍCIO DO BOLSA FAMÍLIA! Sabemos que existem pessoas, até moradores que se vendem para a prefeitura, que irão ameaçar os moradores. Mas não existe qualquer meio de qualquer pessoa cancelar o Bolsa Família ou o Cartão Carioca! É MENTIRA! Se isto acontecer, seja quem for, funcionário da prefeitura ou a UPP, nos avise que denunciamos! Vocês também podem denunciar. Na Defensoria Pública ou no Ministério Público. Não existe ninguém que, mesmo tendo trabalhado no Ministério Público, saiba da denuncia que algum morador faz. Pois, além da denuncia ser anonima, o Ministério Público é uma Instituição Pública, onde trabalham diversas pessoas e qualquer cidadão tem o direito de poder acionar!

Os moradores dizem que não querem sair de suas casas.

         Os saldos da reunião foram positivos. Um grupo de 4 moradores se predisporam  a formar uma Comissão de Moradores Contra a Remoção.
         Foi marcada outra reunião para o dia 20 de outubro, às 10 horas, na Praça do Campinho.


       AGUARDAMOS TODOS LÁ!

       JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!

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